Otites em cães e gatos são um problema mais comum do que pensa: saiba como tratar e os cuidados a ter para prevenir a doença!

As otites estão entre os motivos mais frequentes de visitas ao médico veterinário e, acredite, podem tornar-se um verdadeiro pesadelo para os seus patudos. Esta inflamação no ouvido – que pode afectar o ouvido externo, médio ou interno – é uma condição que causa muito desconforto e, se não for tratada a tempo, pode evoluir para situações graves como otohematomas ou até complicações neurológicas.

Conheça as causas, sintomas e como pode ajudar o seu animal a manter as orelhas em excelente estado.


O que é afinal a otite?

A otite é uma inflamação no canal auditivo, que pode ou não envolver o pavilhão auricular. Mais comum no ouvido externo, esta condição pode progredir para o ouvido médio ou interno, tornando-se mais grave. É importante perceber que, em muitos casos, a otite não é um diagnóstico final, mas sim um sinal clínico de algo mais profundo que precisa de atenção.

Se não tratada, a otite pode causar alterações crónicas no canal auditivo, como proliferações teciduais, estenoses ou até mesmo calcificações – situações difíceis de reverter.


Causas e fatores predisponentes

As causas da otite são tão variadas como os comportamentos dos nossos amigos de quatro patas. Algumas são fáceis de identificar, outras nem tanto. Eis os principais culpados:

  • Infecções: bacterianas, fúngicas ou parasitárias (ácaros).
  • Alergias: alimentares ou ambientais.
  • Corpos estranhos: como praganas ou pelo acumulado.
  • Problemas anatómicos: canais auditivos estreitos ou orelhas caídas que dificultam a ventilação.
  • Higiene inadequada: excesso de humidade ou limpeza exagerada.

Como identificar uma otite?

Os sintomas variam, mas os sinais mais comuns incluem:

  • Comichão intensa: o seu animal abana frequentemente a cabeça ou coça as orelhas.
  • Vermelhidão e inchaço: na área interna da orelha.
  • Mau cheiro: uma secreção com odor desagradável é comum.
  • Dor: o seu patudo pode evitar que toque nas orelhas.
  • Secreções: que podem ser amareladas, acastanhadas ou até negras.

Em casos mais graves, podem surgir sinais neurológicos como inclinação da cabeça, nistagmo (movimento anormal dos olhos) ou dificuldades de equilíbrio – sinais claros de otite média ou interna.

A veterinária Filipa Guilherme explica-lhe tudo, aqui!


Prevenir é melhor do que tratar

A prevenção das otites passa por cuidados básicos, mas eficazes:

  1. Higiene regular: limpe as orelhas com uma solução própria, mas sem exageros.
  2. Secagem após banhos: certifique-se de que não fica humidade nos ouvidos.
  3. Corte de pelos em excesso: especialmente em raças predispostas.
  4. Verificações frequentes: esteja atento a sinais de inflamação.
  5. Evitar corpos estranhos: inspecione as orelhas após passeios ao ar livre.

O papel da limpeza

Uma boa higiene é fundamental para manter os ouvidos saudáveis. Para isso, siga estes passos simples:

  1. Use uma solução específica para animais, nunca produtos humanos.
  2. Aplique a solução no canal auditivo e massaje suavemente a base da orelha.
  3. Limpe o excesso com algodão ou gaze, mas evite introduzir objetos no ouvido.

Lembre-se: o excesso de limpeza pode ser tão prejudicial como a falta dela!


Como tratar?

Se suspeita que o seu patudo sofre de otite, não hesite em procurar o médico veterinário. O diagnóstico inclui exames detalhados como otoscopia e, em casos complexos, análises citológicas ou de imagem.

O tratamento varia consoante a causa, mas pode incluir:

  • Limpeza adequada com soluções específicas.
  • Antibióticos ou antifúngicos para combater infecções.
  • Anti-inflamatórios para aliviar dor e inchaço.
  • Cirurgia em casos graves.

Com uma boa higiene, prevenção e acompanhamento veterinário regular, é possível manter os ouvidos dos seus cães e gatos em perfeito estado. Afinal, eles merecem ouvir cada palavra de carinho que lhes dedicamos – e, claro, o barulho do saco das guloseimas!