O seu cão fez uma “traquinice” que não devia? Estes são os sinais de que o patudo está a pedir desculpa


Quem tem um cão já passou, pelo menos uma vez na vida, por esta situação: chega a casa, encontra um chinelo destruído ou uma poça de xixi no tapete e encontra o patudo “arrependido”, com as orelhas para trás, rabo entre as pernas, e um olhar que transmite “fiz asneira”.

É normal que pensemos que o nosso cão sabe exatamente o que fez de errado. Mas será que sabe mesmo? E mais do que isso: será que os cães pedem desculpa? A resposta pode surpreender!


Sabem que fizeram algo errado?

Para os humanos, há regras muito claras sobre o que é certo ou errado. Para os cães… nem tanto.

Escavar o jardim, roer os móveis, revirar o lixo – o que é, para nós, um pesadelo, para eles é um passatempo maravilhoso. Na realidade, cavar faz parte do instinto, trincar alivia o desconforto nas gengivas, e explorar o lixo é uma verdadeira caça ao tesouro.

Os cães não nascem a saber que partir um vaso é um problema. O que aprendem, isso sim, é que certas ações desencadeiam reações dos humanos – é aqui que começa a confusão.


“Mas o meu cão parece mesmo arrependido!”

Se os cães não sabem que fizeram algo errado, porque é que nos recebem com aquele ar de culpa?

É simples: eles não estão a pensar no que fizeram, mas sim no que vai acontecer a seguir. Os cães estão constantemente a observar e são especialistas em ler a nossa linguagem corporal. Não precisam que o dono diga “estou furioso” para perceberem que algo não está bem, pois a sua expressão, o tom de voz, até a respiração são suficientes!

Se já aconteceu ter encontrado algo roído no chão e ter reagido com voz grave, zangado e cara cerrada, o cão aprendeu a associar a cena a algo negativo. Desta forma, percebe que terá o mesmo final e tenta exibir um conjunto de sinais para acalmar a situação.


Os sinais de “desculpa”

O que interpretamos como arrependimento são, na verdade, sinais de apaziguamento – uma forma canina de dizer “não te zangues, não sou uma ameaça”.

Os mais comuns incluem:

  • Orelhas para trás e cabeça baixa
  • Rabo entre as patas traseiras (geralmente a abanar)
  • Bocejos frequentes
  • Lambidelas no ar ou nos lábios
  • Olhar de lado, evitando contacto direto
  • Postura curvada, quase encolhida
  • Gemidos suaves ou aproximações hesitantes

Estes comportamentos não significam arrependimento, mas sim uma tentativa de acalmar o dono e evitar um possível conflito.


O erro de repreender depois do acontecimento

É natural cair no erro de repreender o patudo ao chegar a casa e assistir ao chinelo destruído ou ao xixi no chão, mas se o cão não for apanhado no momento exato, ele não vai perceber a ligação entre o castigo e a ação.

Se o patudo roeu um sofá às 15h e é repreendido às 18h, tudo o que percebe é que o dono chegou a casa de mau humor. A associação que faz pode ser algo como “ele zanga-se quando aparece aquele cheiro estranho no ar”, mas dificilmente será “não posso roer sofás”.

O resultado? Um cão confuso, ansioso e, em muitos casos, com medo de errar, mas sem perceber exatamente o que deve ou não fazer.

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Podemos, então, afirmar que os cães pedem desculpa?

Não da forma como os humanos entendem. Eles observam-nos, analisam-nos e ajustam o seu comportamento para manter o equilíbrio da relação. No lugar de um “desculpa”, transmitem algo como “percebo que estás chateado e quero que fiques bem”.

Diga-se de passagem, os patudos chegam a perceber mais de emoções do que os humanos. Enquanto os humanos passam horas a tentar ter razão, os cães parecem mais preocupados em garantir que tudo corre bem!