“O que é que se passa com o meu cão?” Incontinência urinária nos patudos explicada ao pormenor


O seu cão levanta-se do seu sítio favorito e, de repente, lá está… uma poça surpresa no chão? Ou talvez ande a encontrar pequenas pingas pela casa como se fosse um jogo de pistas? Atenção! O seu patudo pode estar a lidar com incontinência urinária. Vamos mergulhar neste tema e descobrir como ajudá-lo!


A incontinência urinária é perigosa?

Antes que entre em pânico, aqui vai uma boa notícia: a incontinência urinária, por si só, não é perigosa. No entanto, é uma situação desconfortável – para o cão e, sejamos sinceros, para si também. Mas cuidado! Em alguns casos, pode ser sinal de problemas de saúde mais graves. Por isso, um check-up ao veterinário é essencial para resolver o mistério.

A veterinária Filipa Guilherme conta-nos tudo sobre a importância dos check-ups regulares, no episódio de “Veterinário de serviço”, aqui!


Causas: porque é que o seu cão começa urinar sem controlo?

A incontinência urinária é como perder o controlo de uma mangueira – o armazenamento e a expulsão da urina deixam de funcionar corretamente. Isto pode acontecer por várias razões:

  • Alterações hormonais: cadelas castradas, especialmente as mais velhas, são fortes candidatas à incontinência. Com os níveis de estrogénio em queda livre, os músculos do esfíncter enfraquecem. Resultado? Um sistema menos eficiente.
  • Malformações congénitas: algumas raças, como labradores e boxers, nascem com um “tubinho” (o uréter) que não está ligado ao sítio certo. Isso faz com que a urina passe ao lado do esfíncter – e lá vão pingas pelo caminho!
  • Problemas secundários: tumores, infeções como cistites, cálculos urinários, diabetes, lesões nos nervos e até alguns medicamentos podem causar este problema.
  • Velhice: tal como nós, os cães envelhecem e perdem aquele “toque mágico” de controlar os músculos. Por vezes, até a demência contribui para que a bexiga seja esquecida até ser tarde demais.

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Sintomas: como perceber que o seu cão está a ter problemas

Há dois tipos de cães incontinentes: os que têm fugas contínuas e os que deixam apenas gotinhas pelo caminho. Geralmente, o problema é mais visível durante o sono.

Se o seu cão tiver uma infeção ou cálculos, pode mostrar sinais adicionais como dor, febre ou perda de apetite. Já nos casos congénitos, as fugas começam logo em tenra idade e, por incrível que pareça, sem qualquer desconforto.


Diagnóstico: “doutor, o que é que se passa com o meu cão?”

Para descobrir o que está a causar a incontinência, o veterinário vai fazer uma análise completa:

  1. Perguntas e mais perguntas: quanto tempo dura o problema? Com que frequência acontece? Há outros sintomas?
  2. Análise à urina: com uma pequena amostra (colhida de forma estéril), o veterinário procura sinais de bactérias, cálculos ou outras pistas.
  3. Exames de imagem: ecografia ou raio-X ajudam a desvendar se há tumores, deslocações ou outras anomalias.

Como resolver o problema?

A boa notícia é que há várias soluções para a incontinência, dependendo da causa:

  • Cirurgias: malformações ou tumores podem ser corrigidos com uma intervenção.
  • Medicação: desde antibióticos para infeções a suplementos hormonais para equilibrar os níveis de estrogénio.
  • Dietas especiais: cálculos urinários, por exemplo, podem ser dissolvidos com uma alimentação adequada e controlada.
  • Alternativas naturais: sim, existem! Arandos e sementes de abóbora são aliados naturais que ajudam a fortalecer os músculos da bexiga e têm propriedades antibacterianas.

Mas atenção: antes de se lançar em remédios caseiros, é importante consultar o veterinário para garantir que está no caminho certo.


Prognóstico: há luz ao fundo do túnel?

A recuperação depende totalmente da causa do problema. Se for algo tratável, como uma infeção ou cálculos, o prognóstico é muito bom. Mas em casos mais graves, como danos irreversíveis nos nervos, as melhorias podem ser limitadas.


Prevenção: pode evitar este problema?

Nem sempre é possível prevenir a incontinência, mas há coisas que pode fazer para reduzir o risco:

  • Considere bem a castração: algumas raças, como rottweilers e boxers, têm maior probabilidade de desenvolver incontinência após a castração. Pense nos prós e contras antes de decidir.
  • Dieta e hidratação: uma alimentação equilibrada e água fresca ajudam a prevenir cálculos e infeções.

Lembre-se: o seu patudo depende de si para garantir que vive saudável e feliz. Fique atento a sinais diferentes e não hesite em procurar ajuda profissional. Afinal, até o maior dos cães precisa de um pouco de cuidado extra de vez em quando!