O que é que o seu cão faz quando está sozinho em casa? O mistério (quase) resolvido!

Se há uma pergunta que atormenta muitos tutores de cães, é esta: o que faz o meu cão quando estou fora? Será que dorme o dia inteiro? Recorre à meditação para lidar com a ausência? Organiza uma revolução canina no sofá da sala?

A verdade é que, sem uma câmara escondida, o comportamento de um cão sozinho em casa é um verdadeiro enigma. Mas com base na ciência, no comportamento animal e (claro) em relatos de tutores que chegaram a casa e encontraram o caos absoluto, conseguimos ter uma ideia bastante aproximada da realidade.

O modo sesta: dormir é uma prioridade

Se pensa que o seu cão passa o dia em aflição à espera do seu regresso, pode ficar mais descansado. A maior parte dos cães passa cerca de 50% do tempo a dormir quando está sozinho. Afinal, a vida de um cão exige descanso: longas caminhadas, brincadeiras e, claro, aquele exaustivo trabalho de seguir cada passo do tutor pela casa.

Mas atenção: dormir por tédio não é bom sinal. Se o seu cão passa o dia a dormir por falta de estímulos, pode precisar de mais desafios mentais e físicos para evitar que entre no próximo modo…

O modo destruição: caos na certa

Ah, o clássico. Sai de casa por algumas horas e, quando regressa, o que encontra? Sofás redecorados com buracos artísticos, almofadas desfeitas, tapetes misteriosamente “mordiscados” e talvez um ou outro objeto irreconhecível espalhado pelo chão.

Este comportamento pode ser sinal de ansiedade de separação, excesso de energia ou simplesmente aborrecimento. Para cães que adoram mastigar, o melhor é oferecer brinquedos resistentes, daqueles que sobrevivem a verdadeiros testes de destruição.

Siba como entreter o cão quando está sozinho aqui!

O modo patrulha: segurança acima de tudo

Para alguns cães, a casa não é apenas um lugar de descanso – é um território sagrado que precisa de vigilância constante. Estes patrulheiros leais passam grande parte do tempo a inspecionar cada ruído suspeito, cada sombra a passar pela janela e, claro, qualquer som que remotamente pareça ser a porta de casa a abrir.

Se tem um cão que ladra ao menor sinal de movimento, não se surpreenda se, ao chegar, for recebido com um relatório detalhado de tudo o que aconteceu na sua ausência – através de latidos e saltos entusiásticos, claro.

O modo explorador: o faro nunca descansa

Mesmo que pareça um anjinho na sua presença, muitos cães aproveitam a solidão para investigar territórios que normalmente são proibidos. A cozinha, por exemplo, transforma-se numa autêntica caverna do tesouro onde cheiros tentadores chamam pelo aventureiro de quatro patas.

Os cães com este instinto de exploração adoram encontrar “tesouros” como restos de comida, sacos de plástico e, por vezes, até roupa do tutor (o que explica aquelas peças misteriosamente desaparecidas no fundo da caminha do cão).

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O modo drama: a espera angustiante

Nem todos os cães lidam bem com a solidão. Alguns entram num verdadeiro modo telenovela mexicana, suspirando junto à porta, soltando uivos melancólicos e até recusando-se a brincar.

Estes cães podem sofrer de ansiedade de separação, uma condição que merece atenção especial. Se, ao regressar, o encontra hiperativo, agitado e incapaz de se acalmar, pode ser um sinal de que precisa de ajuda para se sentir mais seguro e independente.

O treinador de cães, Joel Ponte, ensina-lhe tudo sobre ansiedade de separação no episódio de “Manual do Tratador” aqui!

Como garantir que o cão fica bem sozinho?

Se o seu cão não lida bem com a solidão ou se já teve de enfrentar o rasto de destruição quando voltou para casa, há algumas estratégias que podem ajudar:

  • Brinquedos interativos – Brinquedos recheáveis com comida ou puzzles caninos mantêm o cão ocupado e estimulado.
  • Rotina bem estabelecida – Cães adoram previsibilidade. Passeios e horários certos para comer ajudam a criar segurança.
  • Exercício antes de sair – Um cão cansado é um cão mais tranquilo. Um bom passeio antes de sair pode ajudar a reduzir a ansiedade e o excesso de energia.
  • Treino gradual – Se o seu cão fica muito ansioso, pratique saídas curtas e vá aumentando o tempo aos poucos.
  • Música ou TV ligada – Sons familiares ajudam a criar um ambiente mais confortável e menos solitário.

No fim do dia, o que importa é o regresso

Independentemente do que fazem enquanto estão sozinhos, há uma coisa que todos os cães têm em comum: a alegria incontrolável de ver o tutor regressar. Seja um cão dorminhoco, patrulheiro ou destruidor, o momento em que a porta se abre é sempre o ponto alto do dia.

E para os tutores, não há nada melhor do que saber que, mesmo que tenha sido um dia caótico, há um focinho feliz à espera para dar as boas-vindas.