Andar pela rua e cruzar-se com um animal perdido é uma situação que mexe com o coração de qualquer amante de patudos. O olhar confuso, a cauda entre as pernas ou até aquele abanar esperançoso – é impossível ignorar. Mas, antes de agir por impulso, é importante saber exatamente como proceder para garantir o bem-estar do animal e, quem sabe, ajudá-lo a reencontrar a sua família. Aqui está o guia essencial para saber o que fazer caso encontre um animal na rua.
A veterinária Filipa Guilherme explica-lhe tudo no novo episódio de “Veterinário de Serviço”, aqui!
Passo 1: segurança primeiro
Antes de tudo, avalie a situação. Certifique-se de que se pode aproximar do animal em segurança. Muitos cães e gatos assustados podem ser imprevisíveis. Aborde o animal com calma, fale suavemente e evite movimentos bruscos. Se ele parecer agressivo ou muito nervoso, é melhor contactar as autoridades locais ou associações de resgate.
Passo 2: verificar a identificação
Se o animal permitir que se aproxime, verifique se tem uma coleira com identificação. Alguns tutores colocam uma medalha com contacto ou nome, o que pode facilitar muito o processo. Caso não haja nenhuma informação visível, a próxima etapa é levá-lo a um veterinário para verificar a presença de um microchip.
Os microchips são pequenos dispositivos implantados sob a pele do animal e contêm informações de contacto do tutor. O veterinário consegue rapidamente verificar se o animal tem microchip e, se sim, entrar em contacto com a família.
Passo 3: e se não tiver microchip?
Nem todos os animais têm microchip ou identificação. Se este for o caso, o próximo passo é divulgar amplamente a imagem e informações sobre o animal. Tire algumas fotografias do patudo e partilhe nas redes sociais, em grupos locais ou páginas dedicadas a animais perdidos e encontrados.
Inclua o máximo de detalhes possível:
- Local onde foi encontrado.
- Características físicas (tamanho, cor, raça, etc.).
- Comportamento (é dócil, está nervoso, etc.).
Ao mesmo tempo, verifique em plataformas e abrigos se há registo de alguém à procura de um animal com as mesmas características.
Passo 4: reunir a família
Se, ao partilhar as informações, o tutor for encontrado, é altura de celebrar! Certifique-se de que a pessoa que reclama o animal é, de facto, o tutor legítimo. Pergunte por fotos ou características únicas que possam confirmar a ligação.
Ao devolver o animal, observe o reencontro – muitas vezes, a alegria do patudo é prova suficiente de que encontrou o seu verdadeiro lar.
Passo 5: e se ninguém reclamar?
Se, depois de todos os esforços, o animal continuar sem um tutor identificado, há dois caminhos possíveis. Pode ajudar o patudo a encontrar um novo lar (contactando associações ou partilhando para adoção responsável) ou decidir adotá-lo.
Contudo, se o animal tiver microchip e o contacto associado estiver desatualizado ou inacessível, saiba que a lei portuguesa prevê um período de um ano. Durante este tempo, o tutor ainda pode reclamar o animal. Só após este prazo é que poderá oficialmente tornar-se o dono legal do novo amigo de quatro patas.
Dica extra: mantenha os seus dados atualizados!
Já que estamos a falar sobre microchips, aproveite para rever as informações associadas aos seus próprios patudos. Certifique-se de que os seus contactos estão sempre atualizados. Afinal, nunca se sabe quando um descuido pode transformar o seu animal num “encontrado na rua”.
Agora já sabe…
Encontrar um animal perdido é uma oportunidade de fazer a diferença – para o animal e, talvez, para a família que o procura desesperadamente. Seguir estes passos garante que toma as decisões certas com responsabilidade e compaixão.
E, quem sabe? Pode até ganhar um novo amigo peludo. Afinal, os melhores encontros acontecem quando menos esperamos!