Dois cães, uma casa: como tornar os seus patudos em bons amigos

Adotar um segundo cão parece a solução perfeita para alegrar o seu patudo e acabar com a solidão. Afinal, ele detesta ficar sozinho e fica aos pulos de entusiasmo sempre que vê outro cão na rua. Mas, quando o novo membro chega a casa, o sonho de um lar harmonioso transforma-se num cenário digno de novela mexicana: rosnados, disputas e olhares de desconfiança. Não desespere! Com as medidas certas, o convívio entre os dois pode não só melhorar, mas também transformar-se numa bela amizade. Vamos a isso?

1. Pondere antes de dar o passo
Adotar um segundo cão é uma decisão que deve ser tomada com tanto amor quanto planeamento. Não se trata apenas de dobrar os cuidados e os custos, mas de preparar todos — humanos e cães — para a chegada do novo elemento.

Certifique-se de que o seu cão atual está habituado a socializar com outros cães e, se possível, escolha um novo patudo com um temperamento compatível. Outra dica: se optou por um cão do sexo oposto, a castração prévia de ambos pode evitar conflitos futuros e trazer mais tranquilidade ao lar.

2. Cada um no seu canto (pelo menos no início)
Tal como duas pessoas que se conhecem pela primeira vez, os cães precisam de espaço para se entenderem. Prepare a casa com itens separados para cada um: camas, tigelas de comida e de água, brinquedos. Nos primeiros dias, é preferível que as refeições sejam dadas em locais diferentes, para evitar disputas territoriais.

Adicionalmente, um difusor de feromônios sintéticos pode ajudar a reduzir o stress durante o período de adaptação. E lembre-se: barreiras, como portões ou caixas de transporte, podem ser verdadeiros aliados nos primeiros encontros.

3. Apresentações: devagar e com paciência
Colocar os dois cães no mesmo espaço sem qualquer preparação é pedir sarilhos. Tal como nós, os cães podem sentir que o seu território foi invadido. Por isso, siga estas etapas de introdução gradual:

  • Dia 1: permita que se vejam, mas mantenha-os separados por um vidro ou algo seguro. Apenas um “olá” à distância.
  • Dia 2: deixe-os aproximar-se, mas com barreiras, como um portão ou uma caixa de transporte. Assim, podem cheirar-se sem riscos.
  • Dia 3: segure o “novato” na trela e peça a alguém que segure o cão residente. Permitindo maior proximidade, mas ainda com controlo.
  • Dia 4: finalmente, deixe-os soltos no mesmo espaço, mas mantenha-se atento e supervisione.

4. O veterano é o chefe (por agora)
É natural que o novo filhote roube as atenções, mas o cão mais velho precisa de sentir que ainda é o número um. Dê prioridade ao “veterano” na hora de distribuir petiscos, mimos ou refeições. Esse gesto simples ajuda a evitar ciúmes e reforça o sentimento de segurança.

5. A união faz a força (e a diversão)
Quer que os dois cães se tornem melhores amigos? Mostre-lhes que a vida a dois é muito mais divertida! Introduza brinquedos interativos, organize sessões de brincadeiras e passeios em conjunto. O objetivo é claro: fazer com que ambos percebam que a presença do outro é sinónimo de diversão e não de competição.

Quando as coisas complicam
Se, apesar de todos os esforços, os cães continuarem a ter dificuldades em aceitar-se, não hesite em pedir ajuda a um profissional. Muitas vezes, pequenas mudanças na dinâmica ou no ambiente podem resolver grandes problemas.

Com paciência e estratégia, verá que aquilo que começou como um “reality show” canino pode transformar-se numa história de amizade inseparável. Afinal, dois cães felizes significam uma casa cheia de amor, patinhas e… rabos a abanar!