Imagine um inimigo silencioso, capaz de invadir o organismo do seu cão e instalar-se diretamente no coração e nas artérias pulmonares. Este é o perigo da dirofilariose canina, uma doença parasitária causada principalmente pelo Dirofilaria immitis. Não só os cães estão em risco, mas também os gatos e, em casos raros, até humanos podem ser afetados. Em Portugal, esta ameaça não é um caso isolado: cerca de 12% dos cães são infetados, com maior prevalência no Algarve, Ribatejo e Madeira. A Veterinária Filipa Guilherme explica-lhe tudo, aqui!
Como os mosquitos se tornam os aliados do parasita
A transmissão da dirofilariose ocorre de forma insidiosa. Os mosquitos, que nos meses de verão ganham maior atividade, tornam-se portadores do parasita após picarem um animal infetado. Quando um mosquito contaminado pica o seu cão, ele inocula larvas microscópicas diretamente na corrente sanguínea. Estas larvas começam então uma jornada perigosa, migrando e desenvolvendo-se até alcançarem o coração e as artérias pulmonares. Uma vez adultas, estas “lombrigas” do coração acasalam, produzindo microfilárias que reiniciam o ciclo ao infetar novos mosquitos.
Este processo não acontece de um dia para o outro: o ciclo de desenvolvimento do parasita pode durar entre seis a nove meses, com os adultos a sobreviverem vários anos dentro do hospedeiro.
Sinais de alerta: quando a doença se manifesta
Apesar de muitos cães infetados permanecerem assintomáticos durante bastante tempo, os sinais da dirofilariose podem começar de forma subtil, mas tornam-se preocupantes se não forem tratados. Os primeiros indícios incluem uma tosse persistente, que pode evoluir para dificuldades respiratórias, cansaço extremo e desmaios, especialmente após esforço físico. Em fases avançadas, o cão pode perder peso drasticamente, acumular líquidos no abdómen e até apresentar inchaço nos membros.
Diagnóstico: descubra a verdade em minutos
O diagnóstico da dirofilariose não tem de ser um processo complicado. Através de um simples teste de sangue, é possível detetar a presença do parasita. Microscopia, testes serológicos, radiografias e ecografias são ferramentas comuns usadas pelos veterinários. Sabia que pode realizar este rastreio no conforto da sua casa?
Tratamento: uma luta cuidadosa contra o parasita
Sim, existe tratamento para a dirofilariose, mas é um processo delicado e repleto de desafios. A eliminação dos parasitas adultos exige anti-helmínticos potentes, mas o risco de complicações tromboembólicas – causadas pela morte dos parasitas – é elevado. Por isso, é fundamental que o tratamento seja acompanhado de suporte médico rigoroso, reduzindo os efeitos colaterais e aumentando as hipóteses de sucesso.
Prevenir é a melhor estratégia!
A prevenção é, sem dúvida, a sua maior aliada na luta contra a dirofilariose. Proteger o seu cão com repelentes de mosquitos, como coleiras e pipetas, é um primeiro passo essencial. Além disso, fármacos preventivos podem ser administrados para eliminar as larvas do parasita antes que estas consigam instalar-se no organismo do animal. Estes cuidados devem ser reforçados entre a primavera e o outono, quando os mosquitos estão mais ativos.
A saúde do seu cão está nas suas mãos
A dirofilariose canina é uma ameaça real, mas com conhecimento, prevenção e cuidados adequados, pode proteger o seu fiel companheiro deste inimigo silencioso. Não espere pelos primeiros sintomas: mantenha-se informado, consulte o veterinário regularmente e garanta que o seu cão vive uma vida longa e saudável, livre de parasitas.
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