Se tem um gato, já deve ter passado por esta situação: chama-o com toda a doçura, num tom encantador, e o que recebe em troca? Nada. Nem um miado, nem um olhar condescendente, quanto mais um passo na sua direção.
E enquanto isso, o seu vizinho chama o cão dele e o patudo corre, feliz da vida, como se estivesse a participar numa maratona para o coração do tutor. A frustração instala-se: “será que o meu gato me ignora porque não me ama”?
Calma, a verdade não é assim tão dramática! O seu gato provavelmente reconhece o seu nome e sabe que o está a chamar. O problema? Ele simplesmente não vê motivos para responder. Mas não se preocupe, porque há formas de mudar isso.
Porque é que os gatos ignoram os humanos?
Ao contrário dos cães, que vivem para agradar, os gatos têm um espírito mais… independente. Isto não significa que não gostem de si, apenas que não foram programados para obedecer.
Para um gato, responder ao seu chamamento tem que fazer sentido. Se, no passado, sempre que o chamou foi para algo desagradável (como ir ao veterinário, tomar banho ou levar uma bronca), ele já percebeu que atender ao seu nome não traz nada de bom. E os gatos, sendo criaturas brilhantes que são, aprendem depressa.
Resumindo: ele ignora-o porque tem boas razões para isso.
Mas a boa notícia é que pode inverter a situação. Quer que o seu gato venha até si quando o chama? Então, tem de começar a tornar essa experiência positiva.
Como ensinar o seu gato a responder à chamada
O segredo está em criar associações agradáveis com o seu nome e evitar repetições que ele considere inúteis. Aqui ficam algumas dicas que vão ajudá-lo nessa missão (e evitar que pareça um lunático a chamar por um gato que o ignora solenemente):
Diga o nome dele só quando for algo positivo
Se o gato só ouve o nome dele antes de uma bronca, um remédio ou uma ida ao veterinário, é normal que tenha aprendido a fingir que não existe sempre que o ouve. Em vez disso, use o nome para situações boas, como brincadeiras, mimos ou petiscos.
Use recompensas para criar uma associação positiva
Chame o seu gato e, se ele responder, dê-lhe algo que ele adore: um petisco, um brinquedo favorito ou uma dose extra de festinhas. Assim, ele vai começar a perceber que vale a pena.
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Não o chame sem motivo
Os gatos detestam perder tempo. Se o chamar sem razão apenas porque quer testar se ele vem, a resposta será clara: não, humano, estou ocupado a ser majestoso.
Se quer que ele o leve a sério, chame-o com intenção. Quando chamar, tenha sempre um propósito – seja para brincar, dar comida ou oferecer um carinho extra.
Respeite as sestas
Se há algo sagrado na vida de um gato, são as suas sonecas. Chamá-lo insistentemente enquanto ele está no modo descanso absoluto só vai resultar num olhar de desprezo profundo.
Evite interromper o seu sono e escolha momentos em que ele esteja mais desperto e recetivo para o chamar.
Não use truques sonoros (pelo menos, não diretamente)
Se sempre que chama o seu gato abana um saco de petiscos ou faz barulho com um brinquedo, ele vai responder ao som e não à sua voz. O ideal é que ele associe o seu nome a uma experiência positiva – e não o som de algo mais interessante.
Dica: chame primeiro e, só depois de ele vir, ofereça o petisco. Assim, ele perceberá que é o nome dele que leva à recompensa, e não o barulho do pacote de snacks.
Quando for algo negativo, evite chamá-lo
Se precisa de levar o gato ao veterinário ou dar-lhe medicação, tente aproximar-se sem dizer o nome dele. Caso contrário, ele perceberá rapidamente a armadilha e, da próxima vez, nem sequer se dignará a abrir os olhos.
O truque está na paciência
Os gatos não são desobedientes – eles apenas precisam de um motivo para fazer o que lhes pedimos. Por isso, a chave está em mostrar-lhes que vir ao nosso encontro é algo que os beneficia, e não apenas uma forma de lhes estragar o dia.
Quem sabe? Talvez um dia o seu gato venha a correr assim que ouvir o seu nome… ou, pelo menos, que levante a cabeça e lhe lance um olhar menos indiferente. Já é uma vitória!
Agora que já sabe o segredo, experimente com o seu gato e conte-nos os resultados! E lembre-se: na mente felina, obedecer não é uma obrigação, mas uma escolha.