A epilepsia é uma condição neurológica que afeta tanto humanos como cães, sendo um dos distúrbios cerebrais mais comuns nos nossos amigos de quatro patas. Embora o diagnóstico possa assustar, com o conhecimento certo e os cuidados adequados, os cães epiléticos podem ter uma vida longa e feliz. Neste artigo, exploramos o que é a epilepsia canina, os sinais de alerta, as opções de tratamento e como ajudar o seu cão a viver bem com esta condição.
No novo episódio de “Veterinário de serviço”, Filipa Guilherme, veterinária, explica-lhe tudo o que precisa de saber, aqui!
O que é a epilepsia canina?
A epilepsia canina é uma condição caracterizada por crises epiléticas recorrentes devido a descargas anormais no cérebro. Estas crises podem variar em intensidade e frequência, desde episódios leves até convulsões graves. A epilepsia pode ser primária (ou idiopática, sem causa aparente) ou secundária, associada a fatores como traumas, tumores, infeções ou outras doenças subjacentes.
Como reconhecer as crises?
As crises epiléticas podem manifestar-se de várias formas, dependendo da severidade. Os sintomas mais comuns incluem:
- Convulsões generalizadas: Contrações musculares intensas, perda de consciência e movimentos involuntários das patas.
- Mudanças comportamentais: Antes da crise, alguns cães apresentam sinais de alerta, como inquietação, choramingar ou esconder-se.
- Crises parciais: Movimentos anormais em apenas uma parte do corpo ou alterações súbitas no comportamento.
Embora as crises possam ser assustadoras para os tutores, é importante lembrar que a maioria dura apenas alguns minutos. O cuidado correto durante e após o episódio é crucial para a segurança do cão.
O que fazer durante uma crise?
- Mantenha a calma: apesar de ser um momento stressante, a sua tranquilidade pode ajudar o seu cão.
- Evite mexer no cão: afaste objetos perigosos ao redor, mas não tente segurar a boca ou mover o animal à força.
- Cronometre a duração: se a crise durar mais de 5 minutos ou ocorrerem várias crises seguidas, procure assistência veterinária imediatamente.
- Proporcione um ambiente seguro: após a crise, o cão pode estar confuso e desorientado; deixe-o recuperar num local calmo.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da epilepsia canina envolve exames clínicos, testes neurológicos e, muitas vezes, análises ao sangue ou imagiologia (como ressonâncias magnéticas) para excluir causas subjacentes.
Embora não exista cura definitiva para a epilepsia, há várias formas de controlar a condição:
- Medicamentos anticonvulsivos: fármacos como fenobarbital ou brometo de potássio são frequentemente prescritos para reduzir a frequência e intensidade das crises.
- Mudanças na dieta: algumas evidências sugerem que uma dieta rica em ácidos gordos ómega-3 ou cetogénica pode beneficiar cães epiléticos.
- Estilo de vida equilibrado: evitar stresse, proporcionar exercício moderado e manter uma rotina consistente são fundamentais.
O acompanhamento veterinário regular é indispensável para ajustar o tratamento e monitorizar a resposta do cão.
Como apoiar o seu cão?
Viver com um cão epilético exige paciência e adaptação. Algumas dicas úteis incluem:
- Manter um diário: registe a data, duração e características das crises para ajudar o veterinário a ajustar o tratamento.
- Informar-se: conheça bem a condição para estar preparado para lidar com emergências.
- Prevenir acidentes: certifique-se de que o ambiente é seguro, especialmente em áreas onde o cão pode cair ou magoar-se.
Epilepsia não é o fim!
Apesar do desafio que a epilepsia pode representar, é importante lembrar que os cães diagnosticados com esta condição podem continuar a ser companheiros felizes e saudáveis. Com o tratamento certo, muitos levam uma vida normal, com crises controladas e um excelente bem-estar.
Se tem dúvidas ou suspeita que o seu cão possa sofrer de epilepsia, não hesite em procurar orientação profissional. Afinal, o bem-estar do seu companheiro é sempre uma prioridade.