Se vive com um gato, provavelmente já desistiu de ter privacidade. Embora os nossos amigos felinos adorem passar um bom tempo sozinhos, a verdade é que, assim que veem uma porta fechada, transformam-se em pequenas máquinas de curiosidade. Seja a porta da casa de banho, da cozinha ou do quarto, o seu gato vai tentar abri-la com as patas, dar-lhe cabeçadas ou, se tudo falhar, reclamar bem alto até que alguém se renda e abra. Mas afinal, porque é que os gatos ficam tão obcecados com portas fechadas? Será que têm uma profunda ligação emocional com os seus donos?
A ciência tem algumas respostas, e são surpreendentes (e engraçadas!).
Medo de ficar de fora: o famoso FOMO felino
É verdade, os gatos também sofrem de FOMO – ou, em português, “medo de perder algo importante”. A ideia de que algo emocionante pode estar a acontecer do outro lado da porta e eles não estão a ver é mais do que suficiente para os deixar em modo “detetive”.
Karen Sueda, uma especialista em comportamento animal, explica que os nossos pequenos predadores são dominados por uma necessidade quase insaciável de saber o que se passa no seu território. “É um pouco de FOMO”, diz Sueda ao ‘Live Science’. “Eles não sabem o que está do outro lado, mas querem descobrir!”
Gatos: guardiões do seu reino
De acordo com Ingrid Johnson, também especialista em comportamento felino, os gatos adoram sentir que controlam o acesso ao seu território. Eles acabam por ser, simultaneamente, predadores e presas, o que significa que precisam de se sentir seguros enquanto vigiam o que acontece ao seu redor.
Mas e se realmente precisa de manter o seu gato fora de certas áreas? Talvez a cozinha seja um perigo ou a sala de jantar seja território proibido. Ingrid Johnson recomenda ser consistente. Se não quer que o seu gato entre numa divisão, mantenha a porta sempre fechada e nunca ceda. Ao criar uma regra clara, o seu gato vai acabar por entender que aquele espaço é fora dos limites – embora o processo possa ser acompanhado de muitas miadelas de protesto.
No fundo, os gatos são seres fascinantes. Adoram a sua independência, mas, ao mesmo tempo, precisam de manter debaixo de olho tudo o que se passa no seu território – mesmo que isso signifique aborrecer os humanos com constantes miadelas a pedir para abrir uma porta. Afinal, eles não podem correr o risco de perder algo importante, nem deixar que uma simples porta os impeça de ter o controlo absoluto!